segunda-feira, 23 de abril de 2018

Regeneração, Cicatrização e Fibrose

Regeneração, Cicatrização e Fibrose

O reparo do tecido danificado pós lesão pode ser divididoem doisprocessos: 
Regeneração: crescimento de células e tecidos para substituir estruturasperdidas. 
* Tecidos de alta capacidade proliferativa como medula, e trato gastrointestinal podem se regenerar enquanto houver célulastronco. 
Cicatrização: em geral uma resposta tecidual  ferimento (pele); processos inflamatórios nos órgão internos; necrose celularem órgãosincapazes de regeneração; 
*Aterosclerose– tentativade cicatrização;

A cicatrização consiste em dois processos:
regeneração e deposição do tecido fibroso ou formação cicatricial; 
Deposição de colágeno; 
Inflamação crônica pode levar à cicatrização nos órgãos internos– úlceras; 
A regeneração requer o conjuntivo intacto; 
A cicatrização ocorre se a estrutura da Matriz Extracelular(MEC) estiver danificada

Controle da Proliferação Normal e Tecido de Crescimento

 O tamanho das populações celulares é determinado pelos índices de proliferação, diferenciação e apoptose;  Dependendo do tipo tecidual, as células podem ser terminais diferenciadas (neurônios, células maduras dos tecidos proliferativos);  Nesses tecidos há um equilíbrio entre proliferação das tronco, diferenciação e morte das maduras;  A proliferação é controlada por sinais solúveis ou contato-dependentes;

Atividade Proliferativa Tecidual

Ciclo celular: G1  S  G2  M  Tecidos de divisão contínua (lábeis) 
As células se proliferam por toda a vida; 
As células maduras derivam de células-tronco;  Cavidade oral, vagina, superfícies escamosas estratificadas da pele, células da medula óssea, etc.  Tecidos quiescentes(estáveis)  Baixo nível de replicação, mas podem ter divisão rápida a partir de estímulos;  Considerada sem G0;  Fibroblastos, músculo liso, células do endotélio vascular, etc

 Tecidos não divisores(permanentes)  Células que saíram do ciclo celular e não podem mais entrar em divisão;  Na perda de neurônios no SNC há substituição por células gliais;  Células musculares esqueléticas não se dividem, porém há regeneração através da diferenciação das células-satélites;  No coração, a capacidade regenerativa é muito limitada, e normalmente há formação cicatricial; Regeneração

 Os mamíferos possuem pouca capacidade de regeneração;  Na maioria das vezes, o processo de regeneração é crescimento compensatório, que envolve hipertrofia e hiperplasia;  Restaura-se a capacidade do órgão sem necessariamente restaurara anatomia original;  É provavelmente devido à rápida resposta fibro proliferativa e formação de cicatriz após o ferimento;Órgãos como rim, pâncreas, glândulas adrenais, tireóide e pulmões de animais muito jovens são capazes de realizar crescimento compensatório;  No rim adulto não há possibilidade de formação de novos néfrons, ocorrendo uma hipertrofia e replicação das células tubulares proximais;  No pâncreas, a regeneração das células pancreáticas envolve diferenciação de células tronco;  Já no fígado, há replicação das células diferenciadas


Regeneração Hepática
 Em roedores, a remoção de aproximadamente 70% do fígado produz a regeneração hepática;  O fígado humano também tem a mesma capacidade;  A restauração da massa hepática é obtida sem o novo crescimento dos lobos que foram ressecados;  Quase todos os hepatócitos se replicam durante a regeneração da  hepactomia parcial; A proliferação dos hepatócitos é deflagrada por ações combinadas de citocinas e fatores de crescimento;

As citocinas TNF e IL-6 estão implicadas na transição G0/G1 e os fatores de crescimento HGF e TGF- estão envolvidos na progressão do ciclo celular;  Os hepatócitos replicam um ou duas vezes durante a regeneração e depois voltam a ser quiescentes;  As células tronco hepáticas não desempenham nenhum papel no crescimento compensatório após hepactomia parcial;

Cicatrização de Primeira Intenção
 É mais rápida e forma cicatrizes menores, a fenda da ferida estreita e destruição tecidual nas bordas é menor;  O exemplo clássico é o das feridas cirúrgicas, no qual o coágulo ocupa o espaço entre as bordas;  A inflamação se instala pelo coágulo de fibrina, das células aprisionadas no coágulo, e dos queratinócitos  ao redor, havendo liberação de TNF e IL-1;  Os fagócitos recrutados ao local fagocitam o coágulo e são iniciadas a produção de conjuntivo cicatricila e regeneração do epitélio;

Queratinócitos estimulados por citocinas (IL-8), se deslocam e se prendem a fibrina do coágulo, e sintetizam membrana basal;  Os fibroblastos se proliferam e depositam na MEC grandes quantidades de colágeno III;  Há angiogênese simultânea, formando uma rede de capilares que supre a nova matriz formada;  Características do tecido de granulação:  Conjuntivo frouxo, rico em capilares, contendo leucócitos e MEC por fibras colágenas finas (colágeno III);


Por volta de duas semanas começa o processo de remodelação;  Predominância de deposição de colágeno I, sendo mais grossas e compactas, o que comprime os capilares;  Desaparecimento de fagócitos por apoptose;  Substituição do tecido de granulação por um conjuntivo mais denso e menos vascularizado, logo abaixo da derme já regenerada;  Apesar de consolidada por volta de 10 dias, a cicatriz leva algumas semanas para completara remodelação;

Cicatrização por Segunda Intenção
 Ocorre quando a ferida é extensa e as margens são afastadas, formando um grande coágulo;  Há intensa formação de tecido de granulação;  As células da epiderme se proliferam nas margens havendo um certo grau de hiperplasia;  Há intensa redução do tamanho da cicatriz pelos miofibroblastos, reduzindo em até 90% o tamanho original da cicatriz;  Toda lesão destrutiva de qualquer órgão podem ter cicatrização pelos mesmos mecanismos da pele Fatores que Influenciam a

Cicatrização

 FATORES LOCAIS  Isquemia local  reduz o aporte de nutrientes para a produção de matriz, reduz síntese de colágeno(O2);  Infecção e Corpos Estranhos estimulam a reação inflamatória e aumentam a liberação de metal o proteases, degradando a MEC;  Temperatura interfere por modificar o fluxo sanguíneo;  Baixa perfusão tecidual aterosclerose, varizes;  Úlceras crônicas em membros inferiores em pacientes varicosos ou com aterosclerose não cicatrizam ou fazem de forma lenta;

FATORES SISTÊMICOS
Diabetes deficiência por lesões vasculares (hipóxia)e alterações nas células fagocitárias;  Hipotireodismo alteração na síntese de componentes da MEC;  Nutrição especialmente deficiência de Vit C e zinco, retarda a cicatrização por interferir na síntese de colágeno;  Tabagismo prejudica por causa da vasoconstricção provocada pela nicotina e dos efeitos antiinflamatórios do monóxido de carbono

MANIPULAÇÕES E PROCEDIMENTOS PARA FACILITAR A CICATRIZAÇÃO  Utilização de equivalentes biológicos de pele:  Formado por queratinócitos produzidos in vitro associados a componentes da MEC;  Acelera a cicatrização por conter células vivas que produzem fatores de crescimento, favorecendo a proliferação fibroblástica e vascular;  Métodos físicos:  Utilização de oxigênio hiperbárico em ferida infectada por microrganismo anaeróbio e necrose óssea;  Aumenta produção de NO que auxilia na formação de tecido cicatricial;

 CICATRIZAÇÃO HIPERTRÓFICA E QUELÓIDE
São duas condições em que há formação excessiva de tecido conjuntivo denso em cicatriz cutânea;  A cicatriz hipertrófica tende a ser reversível, regredindo parcialmente com o passar do tempo;  O quelóide forma tumorações na área da cicatrização, mesmo em feridas pequenas, não ocorrendo regressão;  As fibras colágenas são irregulares, grossas, e formam feixes distribuídos ao acaso;  Mais comuns em jovens negros e amarelos, não se sabe a causa exata;







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