MAPA
DE CONCEITOS COMO FORMA DE UMA APENDIZAGEM SIGNIFICATIVA
Texto produzido por: Rosimeire Morais cardeal Simão
Mapa de conceitos são diagramas bidimensionais que
relacionam conceitos de uma determinada área de conhecimento. A construção de
mapas conceituais na maneira proposta por Novak e Gowin (Novak, 1998; Novak e
Gowin, 1999) considera uma estruturação hierárquica dos conceitos que serão
apresentados tanto através de uma diferenciação progressiva quanto de uma
reconciliação integrativa.
O termo conceito tem diversas conotações dependendo do contexto
em que é utilizado. Conhecer e compreender as características que definem um
conceito é essencial para aprendê-lo. Os mapas de conceitos foram desenvolvidos
desde a década de 1970 pela equipe Joseph Novak para serem utilizados em
pesquisas educacionais. No entanto, devido à grande importância dessa
ferramenta no ensino aprendizagem eles passaram a serem usados em outras
atividades que envolvem estruturação de conhecimento.
De maneira geral um mapa conceitual torna mais fácil a
percepção e compreensão de eventos por diversos motivos, por exemplo, existe
uma grande proximidade entre a memória visual e as imagens que são
apresentadas, e devido as suas propriedades visuais espaciais, seu processamento
requer um número menor de transformações cognitivas que o processamento de um
texto, e desse modo não excede as limitações da memória de curto prazo (Vekiri,
2002: 281).
Sobre o emprego de mapa de conceitos em biologia, Schmidt
e Telaro (1990), dizem o seguinte: “Biologia é tão difícil de se aprender porque
lida com uma quantidade de conceitos não familiares ao aprendiz e que
representam relações complexas entre si. A estratégia dos estudantes para lidar
com material não-familiar [ e sem ligação evidente com sua rede cognitiva] é o
aprendizado por memorização, que falha completamente diante das complexas interações
conceituais inerentes a biologia.
Nesse sentido, os mapas de conceitos favorecem o
aprendizado com significado e parecem ser o caminho ideal para tratar o
conteúdo biológico”. Segundo David Ausubel o ser humano constrói significados
de maneira mais eficiente quando considera inicialmente a aprendizagem das
questões mais gerais e inclusivas de um tema, diante disso, os mapas de
conceitos é de grande importância no planejamento e na preparação de atividades
didáticas, além de auxiliarem os estudantes em sua aprendizagem formativa.
A teoria de Ausubel considera dois tipos de aprendizagem:
a aprendizagem por descoberta e a aprendizagem por recepção. Entende-se
aprendizagem por recepção aquela em que o professor apresenta o novo
conhecimento pronto para o aprendiz; já na aprendizagem por descoberta, o
aprendiz é levado à construção dos conceitos e significados presentes no
conhecimento a ser aprendido. Por outro lado, a teoria da aprendizagem
significativa admite que o novo conhecimento pode ser incorporado à estrutura
cognitiva do aprendiz por meio de duas formas: mediante a aprendizagem mecânica
ou a aprendizagem significativa.
E quando o estudante aprende a fazer mapas de conceitos,
estes também podem ser usados como poderoso instrumentos de avaliação. Assim
cabe ao professor a tarefa de ensinar aos seus alunos como elaborar os mapas de
conceitos, iniciando com a identificação das ideias e conceitos mais
importantes em determinados assuntos. “O fator isolado mais importante que
influencia a aprendizagem é aquilo que o aprendiz já conhece. Descubra o que
ele sabe e baseie nisso os seus ensinamentos.” (Ausubel et al., 1980). Antes
mesmo que se iniciem as atividades de ensino, todo educando apresenta conhecimentos
relacionados a três tipos de conteúdos de aprendizagem (ZABALA,1998).
Esses conhecimentos devem ser identificados e valorizados
pelos professores, pois se constituem poderosas ferramentas com as quais os
alunos podem superar dificuldades ao longo da aprendizagem, passando a
desenvolver outros conteúdos. Esse processo, por si só, já ajuda a separar os
princípios gerais dos detalhes. Novak e Gowin (1996) propõe uma espécie de
estratégia para ensinar aos estudantes a construção de mapas de conceitos, que
seguem: caracterizando objetos e eventos; trabalhando com a noção de conceito;
apresentando as palavras de ligação; distinguindo nomes próprios de conceitos;
construindo proposições; aprendendo novos conceitos.
Ao promover abordagens de ensino que valorizam o que os
alunos sabem, contribuem para sua autonomia, Freire (1997) compreende que,
quando se garante a autonomia aos educandos, eles são estimulados a recorrer a
seus próprios recursos, favorecendo muito sua aprendizagem. Vale destacar que
os professores nunca devem deixar seus alunos sozinhos na tarefa de aprender,
mas precisam motivá-los continuamente. Segundo Ausubel, Novak e Hanesian
(1980), a motivação aumenta o esforço, a atenção e a prontidão dos educandos
para aprender.
Dessa forma, a concepção de educandos ativos está de
acordo com o conceito de aprendizagem significativa, mas não se deve ignorar a
afetividade nesse processo, de forma que ela exerce muitas influencias sobre a
motivação e, consequentemente, em relação à aprendizagem. Para Novak (1981), a
experiência emocional acompanha a aprendizagem cognitiva, segundo ele é
essencial acolher os alunos, valorizando situações em que sua autoestima seja
valorizada.
Normalmente, a aprendizagem por recepção significativa
ocorre à medida que o material de instrução potencialmente significativo entra
no campo cognitivo do aprendiz, interage com o mesmo e é ancorado, de forma
adequada, a um sistema conceitual relevante e mais inclusivo. (Ausubel, 2003:
60).
A aprendizagem significativa pressupõe uma interação
entre o novo conhecimento e os conceitos prévios já existentes na estrutura
cognitiva do aprendiz. Ausubel nomeia esses conhecimentos prévios de subsunçores.
Desta forma, a teoria da aprendizagem significativa considera um dos fatores que
influencia esse tipo de aprendizagem é a disposição do aprendiz em fazer
interações substanciais entre o novo conhecimento e os elementos, relacionados
a ele, já existentes em sua estrutura cognitiva.
Essas técnicas de elaboração dos mapas conceituais feitas
pelo professor e pesquisador norte americano Joseph D. Novak, da Universidade
de Cornell, e seus colaboradores, teve como objetivo de instrumentalizar teoria
da aprendizagem significativa de David Ausubel. Para tanto, Novak utilizou os
mapas como ferramenta para organizar e representar a estrutura dos conceitos e
suas relações, e isto é possível mediante a forma de representação dos mapas,
com os conceitos ligados por meio de proposições, que para Novak são frases que
se tornam declarações significativas. Foi assim que os autores perceberam e
entraram em consenso que havia contribuições significativas na aprendizagem através
dos mapas conceituais.
Para Ausubel, Novak e Hanesian (1980), na aprendizagem
significativa ocorre reorganização da estrutura cognitiva, a qual é entendida
como o conteúdo total das ideias de um indivíduo e sua organização, ou o
conteúdo e a organização de suas ideias em uma área particular de conhecimento.
Novak (1981) entende que a estrutura cognitiva está
organizada segundo uma hierarquia conceitual. No topo dessa hierarquia estariam
as ideias e conceitos mais amplos, conhecidos como mais gerais. No extremo, na
base, estariam ideias ou conceitos menos amplos, isto é, com maiores níveis de
detalhamento. Os extremos não estariam isolados, mas ligados via outras ideias
ou conceitos localizados em níveis intermediários.
Moreira(1982) afirma que, para identificar evidencias da
ocorrência da aprendizagem significativa, os educandos devem responder a
questões que envolvam soluções de problemas, sendo-lhe nova no sentido de
exigirem a máxima transformação do conhecimento trabalhado no processo de
aprendizagem. Nesse sentido, até mesmo testes familiares aos educandos poderiam
ser apresentados com enunciado diferente dos originais ou inseridos em outro
contexto.
Livro
ser protagonista/ Biologia ensino médio 2º coleção0072P18113/ 2016 organizações SM Editora responsável Lia
Monguilhott Bezerra
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